André De Rose
Cidade: São Paulo-SP
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O que instrutores podem fazer para que o yoga seja financeiramente acessível a todos?
A pergunta que deveria ser feita nesse caso é: os instrutores de Yoga querem que o yoga seja acessível a todos? A maioria não deseja isso, caso contrário, não estariam dando tantos cursos com valores psicodélicos para engrossar suas contas bancárias. Isso é uma fantasia alimentada por alguns poucos.
Embora eu acredite que o yoga é para todos e tenha diversas vezes entrado em propostas de yoga para a comunidade, todos os projetos que participei, fora aquele que ainda mantenho no meu espaço (Projeto Bem Estar), foram cancelados. Já dei aula para meninos de rua (como educador), já dei aula em projetos sociais envolvendo ou não órgãos municipais, estaduais, ONGs e empresas, tanto para jovens quanto para idosos. E estes naufragaram por causa justamente do dinheiro, tanto dos órgãos que propuseram, como dos professores que desistiram por não estarem sendo pagos de forma minimamente aceitável para sobreviver, e assim, foram ver suas vidas em lugares mais lucrativos. Hoje amadurecido, penso de forma independente sem a intervenção de personagens externos, como por exemplo o LAB 60+, que atende a terceira idade, formando núcleos que se auto sustentam.
A ideia que eu tenho é a seguinte: vários cursos que formam instrutores de yoga, tem necessariamente como conclusão, a etapa do estágio. Contudo muitos desses locais não possuem estrutura para absorver essa demanda. Poderíamos criar, com ajuda do quarto setor, uma organização que ofereceria treinamento e acompanhamento desses profissionais, onde suas aulas seriam ministradas por valores mais em conta, em espaços bem montados com a participação de agentes comunitários. Dessa forma todos sairiam beneficiados, a comunidade que teria valores mais acessíveis (afinal são estagiários) e os instrutores que teriam mais tempo de treino, com a supervisão de um instrutor mais antigo para tirar suas dúvidas.
O que é Meditação Natha?
A melhor pessoa para perguntar é um Natha, coisa que não sou. Contudo eu adoro o movimento e suas possibilidades. Tenho inclusive uma meditação baseada na tradição Natha, pois os conteúdos míticos, a linguagem que possibilita o acesso ao mundo onírico e a grande quantidade de símbolos me fascinam.
A primeira coisa a saber é que os Nathas são Tantricos e que não existe apenas uma meditação Natha, mas sim, diversas delas. Inclusive na Índia, todos os que tive contato, disseram com muita convicção que eram os únicos e originais.
Basta saber que, antes dos Tantricos, não existia nenhuma menção aos chakras, nadis ou kundalini, que tanto agradam aos ocidentais.
Segundo, que o movimento Natha está presente em mais de 90% das práticas ministradas nas escolas do planeta, seja no nome de uma posição, na forma de executar um exercício, ou na visualização de um yantra.
Em terceiro lugar, você provavelmente já faz. Pois a literatura é acessível, e inúmeros livros já escreveram sobre essa tradição. São textos Nathas; a Hatha Yoga Pradipika e a Gheranda samhitá. Para quem conhece, o yoga moderno é profundamente influenciado por essa literatura. Onde o mágico e o mítico se encontram.
Qual é a sua mensagem para os instrutores de yoga do Brasil?
Estou sentado de frente para a Aline, minha companheira, e pensei alto: “nossa, essa é a primeira vez que me fazem uma pergunta importante, que pode fazer a diferença para as novas gerações de instrutores de Yoga“. Depois de explicar que pergunta era essa que tinha chamado tanto minha atenção, a resposta dela foi: “estudem“!
Sim também concordo que está faltando isso, mas estudem o quê? Com quem? E juntos chegamos à seguinte conclusão. Eu só sei o que sei graças à grande variedade de informações, muitas vezes antagônicas, a que me expus nesses 32 anos que ministro práticas de yoga. Sou grato, até com as besteiras que diversos deles disseram, contudo não teve nenhum com quem eu não tenha aprendido algo.
Foi a variedade o diferencial na minha vida. Portanto meu conselho é: experimente de tudo, abra sua cabeça e julgue menos!
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