Andréa Kallas
Cidade: São Paulo-SP
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Existe alguma semelhança entre a dança e o yoga? Se sim, qual (ou quais)?
Posso dizer que existe bastante semelhança entre a dança e a prática de ásanas. Para que a dança seja uma atividade saudável para o corpo, para que haja integridade nos movimentos, e principalmente para que a dança leve a um estado de autoconhecimento, é preciso estar presente, pois é muito fácil envolver-se com a música e sair do estado de presença. Para quem dança estar focado e presente é fundamental. Nos concentramos no corpo e na respiração. Se dançamos em grupo e não houver foco, é provável que a gente se perca nos movimentos, desalinhe com o ritmo do todo, invadindo o espaço do outro. A dança pede respiração consciente, só assim é possível movimentar o corpo com energia, foco, presença, ausência de ansiedade. É preciso conhecimento do corpo, fortalecimento da musculatura, ajustes para não sobrecarregar articulações. Apesar da dança ser uma atividade ligada à exposição e ao ego, o meu trabalho é focado no autoconhecimento, então, procuro conduzir os grupos de forma que a dança seja um caminho de cura, direciono o contato com a arte internamente, para que o movimento que sai de dentro para fora, resultando na dança, seja a partir de uma postura interna.
Existe algum aspecto do feminino que você percebe no yoga? Se sim, quais são eles?
Através da prática de ásanas, temos um conhecimento e reconhecimento do corpo de forma minuciosa. A prática promove o equilíbrio e conhecimento dos sistemas reprodutor, endócrino, nervoso, digestivo. Este conhecimento faz com que nós aprendamos a nos conectar e ouvir nossa sabedoria interior, e então partimos para nos respeitarmos, ouvindo e atendendo o que o corpo pede. Atender ao pedido, quando é necessário um descanso, uma prática mais tranquila, apenas exercícios respiratórios e meditação etc. Aprendemos a reconhecer, respeitar e honrar nossos ciclos, desde a puberdade até a menopausa. Desta forma estamos conectadas com a energia feminina.
Você acredita que é importante que instrutoras de yoga pratiquem regularmente? Por quê?
Sim, é fundamental a prática diária, sem ela não existe verdade, no sentido de que eu só posso passar para meus alunos com integridade, aquilo que vivencio nas minhas práticas pessoais. Entendo que o tempo é escasso para todos diante de tantos afazeres, porém, é possível sim priorizar e conseguir mesmo que seja 40 min, de um dia inteiro para a prática pessoal. É preciso construir um hábito, e entendo que não acontece “da noite para o dia” é prática, paciência e perseverança. Pode-se começar com duas a três vezes por semana, até que o hábito flua e leve para a prática diária. A prática diária leva ao hábito, que leva à conduta, que leva ao estilo de vida.