Crizanto Rodrigues
O que você aprendeu com o yoga e considera mais importante?
A prática regular do yoga pode trazer lições valiosas e tão profundas como simples. Não há nada de extraordinário a se fazer, ao respirarmos conscientemente, ancoramos nossa atenção no momento presente. Atentos ao inspirar… Atentos ao expirar… Assim, experienciamos a sensação de estarmos vivos e presentes. Nossa verdadeira casa é a vida e o endereço da vida é o presente. A respiração consciente nos trás de volta para casa, para a vida. Talvez essa seja a maior e mais simples lição do yoga.
Que dicas você dá aos seus alunos para eles não sofrerem lesões durante a prática de Ashtanga?
Falamos muito hoje em lesões relacionadas ao yoga. Em se falando de corpo físico, qualquer pessoa que realize alguma atividade por um período de tempo suficiente em uma intensidade perigosa irá experienciar dor, independente da atividade. A prática de yoga deve ser desenvolvida aos poucos, como uma prática terapêutica para a vida toda. Falando sutilmente sobre as lesões, os bloqueios físicos que experienciamos vão além do próprio corpo físico. Para desbloquearmos o corpo devemos, além da respirarmos conscientemente, levarmos o olhar interno para às áreas de restrição, buscar conforto, mentalizando suavidade, leveza e relaxamento. Nunca forçar. É nesse momento de atenção presente e atitude mental de cura que o corpo se abre.
No mundo externo, aprendemos a vencer os obstáculos através do esforço, da luta e da superação. Durante a prática, ao invés, encaramos o mundo interno e aqui, quando lutamos, agredimos a nós mesmos. Alguns de nós talvez precisem experienciar muitas vezes o fato de machucar-se para internalizar a lição, outros talvez nunca sintam dor. A experiência do yoga é única para cada indivíduo.
Qual a sua mensagem para os instrutores de yoga no Brasil?
A mensagem que deixo aos professores é que nos conectemos cada vez mais na missão de expandir o yoga em todas as suas manifestações, inspirando o amor por essa prática poderosa e transformadora.