Margarete von Zuben
Cidade: Vinhedo e Jundiaí-SP
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Quais são as qualidades de bons instrutores de yoga?
Os bons instrutores de yoga podem exercer um impacto enorme sobre os alunos e sobre as aulas. Algumas qualidades que eu considero essenciais enquanto instrutora e aluna, eventualmente:
1- Ser capaz de se conectar com todos durante a aula. Acredito que um bom instrutor pode guiar uma aula com 20 alunos tão eficientemente quanto numa aula com 5, porque tem a habilidade de fazer com que todos se sintam conectados de algum modo, até mesmo aquele aluno mais tímido que fica no fundo da sala, tentando se passar por desapercebido.
2- Ter habilidade com as palavras. A voz de um professor talvez seja a sua arma mais poderosa. Ser capaz, demonstrando confiança na fala, de guiar os alunos para dentro e fora das posturas usando palavras de forma suave e clara, mantendo o fluxo da aula, é importante.
3- Amar e respeitar o yoga. O yoga trabalha com a mente, o corpo e o espírito.
Esta abordagem holística é o que faz do yoga mais do que apenas uma aula de alongamento, e um bom instrutor pode saber facilmente encontrar o equilíbrio entre o físico e o sutil. A maneira como demonstra seu profundo amor e respeito por esta surpreendente ciência da vida pode ser uma verdadeira fonte de energia e inspiração para os alunos.
4- Deixar sua autêntica personalidade brilhar inteiramente. Não importa o que fazemos, fazemos sempre o melhor quando operamos a partir de um espaço autêntico e conosco, instrutores, não é diferente. Ensinar do coração, expressando todo seu Ser a partir de uma personalidade autêntica, pode fazer toda diferença elevando a aula à uma atmosfera edificante e inspiradora.
5- Estar preparado para a aula e saber atender todos os níveis. Dedicação e estudos contínuos são essenciais para um bom instrutor e isso resulta em não só uma melhor experiência para os alunos, como uma maior confiança da parte desses para com o instrutor. Hoje em dia muitas aulas são de nível “aberto”, havendo na mesma sala alunos iniciantes e avançados. Um bom instrutor saberá guiar a prática de modo que todos se sintam apoiados e incluídos, sem comprometer o desafio para os alunos mais avançados.
6- Ganhar confiança. Quando o aluno sente confiança no instrutor, ele se sente disposto a ir além de sua zona de conforto, testando seus limites tanto mental quanto fisicamente. Um bom instrutor ajuda seu aluno a levar sua prática à uma nova dimensão, à um outro nível, à um lugar onde ele poderá realmente começar a se transformar, dentro e fora do tapetinho.
7- Compartilhar sua luz. Acho que esse é o ponto mais importante de todos. Um instrutor que se diferencia é aquele que funciona como uma espécie de farol e que, de bom grado, compartilha essa luz com todos ao seu redor, fazendo com que sua aula seja um lugar especial para se estar.
O que é Ahimsa? E como você pratica Ahimsa em sua vida?
Ahimsa é uma palavra sanscrita que, basicamente, significa “não-ferir”. É uma das cinco observâncias contida nos yamas (condutas éticas) descritos nos sutras de Patânjali.
Acredito que a essência de ahimsa é a não-violência do nosso próprio coração. A violência que infligimos uns sobre os outros é apenas a manifestação externa da guerra feroz dentro de nós mesmos e é somente exterminando essa guerra interna é que podemos parar ou minimizar a violência externa.
A violência se manifesta em ações, em palavras e pensamentos. Podemos nos considerar pessoas não violentas, mas a violência pode trabalhar em níveis muito sutis. Ele tem muitos disfarces. Pensamentos de culpa, vergonha, ressentimento, decepção todos têm uma semente de violência dentro deles. Quando não somos capazes de perdoar a nós mesmos ou a alguém; quando carregamos o ressentimento; quando esperamos demais de nós mesmos e colocamos a responsabilidade de todo o mundo sobre os nossos ombros; quando esperamos que o mundo inteiro aja de acordo com o nosso gosto… estamos sendo violentos com nós mesmos e com resto do mundo. Quando não agimos de acordo com a nossa verdade, mas com a dos nossos medos, estamos sendo violentos com nós mesmos. “Verdade e não-violência são inseparáveis”, como disse Gandhi. O yoga nos leva a uma reconciliação pacífica com nossa verdadeira natureza.
Procuro trazer essa cultura de paz no meu dia a dia através da ações, pensamentos e reações não violentas, sabendo dar um passo para trás a cada situação onde sinto que me excedi em palavras ou ações; procuro trazer essa cultura de paz no meu dia a dia evitando comer carne, separando o lixo, cumprimentando meu porteiro com alegria e ajudando-o na elaboração de seu currículo; procuro trazer essa cultura de paz no meu dia a dia meditando e elevando meu sentimento de compaixão em relação a todos os irmãos deste planeta. Como humana, sei da minha condição imperfeita por natureza, no entanto, busco a perfeição numa prática diária, vigilante, de pureza e verdade.