Natassia Maia
O que é yoga para você?
Yoga para mim é uma ciência linda, um caminho cheio de significados. Um caminho que me fez chegar mais próximo de Deus, que me fez compreender o corpo, a mente e o espírito como uma trindade.
O yoga me ajudou a compreender que nossa estadia na terra deve ser consciente e esta consciência, este estado do ‘aqui e agora’ me fez mudar. Mudei minha relação com o meu corpo, passei a compreender o corpo como um presente divino e que deve ser cuidado com responsabilidade. A partir desta consciência, da conexão com o próprio corpo, iniciei uma caminhada incrível de autoconhecimento.
Conectando-se consigo mesmo, sua relação com Deus muda. Torna-se mais íntima, mais presente no dia a dia, mais real. E foi assim que aconteceu comigo.
Algumas pessoas evitam Ashtanga Yoga pois acreditam que é “fácil” se machucar nessa aula. Como evitar lesões durante uma aula de Ashtanga?
Como li no livro ‘Asanas e Lesões em Ashtanga Yoga ‘ de Matthew Vollmer, as razões para praticar ashtanga pouco tem a ver com evitar lesões e dor.
Ashtanga yoga ensina sobre a vida. Não conheço ninguém que não tenha se machucado no decorrer da vida, faz parte dos seus riscos.
Assim, em um certo momento da prática contínua, é provável que necessitemos passar por uma lesão para experimentar a dor e aprender a partir da qualidade da reação a ela.
Isso varia muito de pessoa para pessoa. Alguns passam por um processo mais doloroso, onde é preciso desacelerar a prática e se ouvir, e outros sentem apenas uma sensação de desconforto raro. O grau de dor envolvido no processo está diretamente ligado à nossa natureza atual.
Falando da forma, puramente da parte física, os nossos corpos se modificam durante a prática… Nossos tecido conjuntivo muda de lugar e de tamanho. Mas para que essas lesões sejam menos frequentes, é necessário que se esteja presente, consciente, que se escute e se respeite.
Qual é o seu asana preferido e por que?
Já tive vários asanas preferidos, mas acredito que tem mais a ver com o momento da prática e da vida. Existe um momento da prática de Ashtanga Yoga Mysore que a sequência se torna fluida, então o corpo físico fica em segundo plano e o sutil em evidência . O mais importante passa a ser o sentimento que se tem na postura ‘tal’, por exemplo. Por isso é muito variável. Por exemplo, já sofri no Supta kurmasana e hoje nem tanto. Já amei mais os backbands, mas existem dias que nem tanto. Hehehe. Hoje minha postura predileta são os rolamentos que antecedem o Kukkutasana e o Ubhayapdangusthasana.
A que você é grata?
Procuro ser grata por tudo! Por Deus na minha vida. Pelo rumo que minha vida tomou, (mudar de profissão e hoje dar aulas de yoga, antes trabalhava como designer de moda). Grata por meu esposo. Por minha família, amigos, saúde e tudo mais… Acredito que o contentamento é, antes de tudo, uma escolha, um exercício. É como uma lente de contato nos nossos olhos para a vida. Que independente das circunstâncias existe uma paz que deve estar enraizada.